NEABIMARACANA

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Racismo da UFMA

SÃO LUÍS – Colegas do estudante de Engenharia Química da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Nuhu Ayúba, que é natural da Nigéria, denunciaram, pela internet, que o professor José Cloves Verde Saraiva teve atitudes racistas contra o nigeriano. Eles criaram um abaixo-assinado via internetabaixo-assinado via internet, que já tem mais de 3.900 assinaturas, e o encaminharam à UFMA. A instituição divulgou em nota, no início da noite desta segunda-feira (4), que abriu processo administrativo para apurar o caso e que encaminhou o caso, também, ao Ministério Público Federal.
De acordo com o abaixo-assinado feito pelos alunos do curso de Engenharia Química, durante a entrega de uma nota de prova, o professor não teria falado sobre a nota de nenhum outro aluno, mas apenas da de Nuhu, “bradando em voz alta que ‘tirou uma péssima nota’”. Eles afirmam, ainda, no documento, que por mais de uma vez o professor dizia que ele deverial “voltar à África” e que deveria “clarear sua cor”. O professor Cloves Saraiva teria perguntado ao nigeriano “ com quantas onças já brigou na África”.
Segundo os colegas de Nuhu Ayúba, em nenhuma das situações ele teria respondido ao professor, ficando calado.
Na sua página do Facebook, Nuhu Ayúba deixou pistas do racismo. Em 19 de junho, ele postou o seguinte texto:
“Africa: voce eh o meu pai... tenho orgulho de ser Nigeriano, de ser negao... porque quando Deus me criou, me criou perfeito... Porque se preocupar sobre um assunto de diferenca da cor... se daria a chance para escolher de onde eu quer ser. Escolheria Africa cem veses “.
Já neste domingo (3), ele diz (originalmente em inglês):
“eu nunca passei por esse tipo de humilhação em toda minha vida ... Mas eu passo agora... é uma história que nunca anunciou sua passagem, eu não posso chamá-la de acidente, porque foi intencionalmente provocada, brutalmente executada, mas o objetivo nunca foi alcançado, porque ela obedeceu a 3ª lei de Newton”.
Nuhu Ayúba refere-se a lei de ação e reação.
Na nota divulgada hoje, o reitor Natalino Salgado afirmou que é lamentável a ocorrência de fatos dessa natureza em qualquer instância pedagógica, ainda mais em uma universidade pública como a UFMA. “Temos pautado nosso trabalho no respeito e na dignidade humana; e não partilharemos de atitudes que se caracterizem em retrocesso e vergonha para a nossa sociedade. Os estrangeiros, assim como todos os outros estudantes, têm o nosso apreço e respeito. Vamos continuar honrando os acordos educacionais e culturais assumidos pela universidade e pelo governo Brasileiro com outros países”, destacou Salgado.
Em retratação pública, o professor Cloves Saraiva pediu desculpas à interpretação de ocorrências que teriam ofendido o estudante. Sobre as denúncias, o docente afirma que houve um mal entendido, sobre o qual pede desculpas ao estudante Nuhu Ayuba e aos colegas de classe. “Jamais tive intenção discriminatória, de qualquer espécie, mesmo porque sou, como muitos brasileiros, descendente de africanos, inclusive a minha avó era de Alcântara (MA). Acredito no potencial de todos, e o que exijo como docente é que os estudantes tenham compromisso com o conteúdo da disciplina e com a participação e frequencia às aulas”.

Fonte: Imirante

quarta-feira, 29 de junho de 2011

NOTA DE REPÚDIO-MOVIMENTO QUILOMBOLA DA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE

MOVIMENTO QUILOMBOLA DA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE

NOTA DE REPÚDIO
 O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notícias publicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre a recente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (Desenvolvimento Agrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.
Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturas e todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação ver a senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado “uma bronca” neste grupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legitimas e históricas reivindicações. A suposta grosseria virou notícia e, segundo essas mesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo.  Às favas com o protocolo! Nós não estamos nem um pouco preocupados com isso. No Maranhão, diante de tanto sangue derramado de nossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, da corrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avanço avassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolos palacianos.
            Por razões bem diferentes, o povo maranhense também grita!
A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queria um espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel de benfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas do latifúndio) atuando como meros coadjuvantes. Jamais compactuaremos com isso! Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estado brasileiro!  Foi revoltante ler uma mentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhora Roseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais. Lá estava dito, na primeira página: “Ministras vêm ao Maranhão para conhecer programas fundiários do governo”.
Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecer programas do governo? Mentira! O presidente do Instituto de Terras do Maranhão, sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não tem capacidade para atender 20% da demanda atual – arrecadação de terras públicas para assentar camponeses, titulação de  – por falta de funcionários e recursos financeiros. A verdade é que as ministras vieram ao Maranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações de opressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça, depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegando ao extremo de fazer greve de fome. Foi essa legítima pressão social que trouxe todas essas autoridades federais ao Maranhão.
O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja, diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradores assassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizações invadidas? 
Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide com a difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre os compromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas.  E esperamos que o governo estadual também apresente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha a capacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza - consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam e matam; e, da “apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal” (Carta dos Bispos do Maranhão).
Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombola tem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos.  Por isso, temos a liberdade para seguir reivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquilo que acreditamos ser o justo.
Nossa luta continuará! 


São Luís – MA, 27 de junho de 2011


Pelo Movimento Quilombola da Baixada
Givanildo Nazaré Santos Reges
João da Cruz
Almirandir Madeira Costa
Catarino dos Santos Costa
Maria Teresa Bitencourt

terça-feira, 28 de junho de 2011

IFMA Maracanã

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